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Tibete: lições de amor


Monastério de Sera, em Lhasa.


O Tibete é sem dúvida o país mais isolado e um dos mais encantadores do mundo. Não é fácil conseguir permissão do governo chinês para visitar esse protetorado ocupado desde a década de 1950: a permissão é concedida desde embaixadas chineses, na China e no Nepal com a apresentação obrigatória do passaporte físico. Logo, aquele turista que deseja ir ao Tibete, obrigatoriamente deverá pernoitar 4 noites em Kathmandu e cruzar os dedos para conseguir a permissão, além de já estar com a viagem reservada e paga. O controle do fluxo de turistas no Tibete é bem parecido com o do Butão: controla o fluxo de visitantes, os obriga a ter um visto e permissão antes da chegada e a contratar um pacote de viagens previamente com guia e motorista. Ou seja, o turismo independente não é permitido.

O Tibete é considerado o teto do mundo, pois é o país mais alto do planeta. Por isso, ao menos 1 dia de aclimatização, ou seja, um dia inteiro sem fazer nada é altamente recomendável. Para quem irá partir para caminhadas e hikings, mais dias inclusive são necessários. É possível fazer trekkings e inclusive escalar o Everest desde o Tibete.


Lhasa é a cidade mais sagrada para o povo tibetano, afinal aqui estão os principais templos e inclusive àqueles remanescentes da destruição provocada pela "Revolução Cultural de Mao". Por causa da violência dessa ocupação, o Tensin Gyatso, ou o 14º Dalai Lama, partiu do Tibete em 17 de março de 1959 e atravessou por 16 dias a fronteira com a Índia, fugindo do exército chinês, até chegar a Dharamsala, onde vive até hoje. Sobreviver a essa travessia forçada, foi quase um milagre segundo o próprio Tensin, nome de monge do Dalai Lama.

Dalai Lama pratica a compaixão, como poucos, defende a pluralidade religiosa, a ciência e a filosofia. Ganhou o prêmio Nobel da Paz em 1989. O budismo tibetano é ainda mais filosófico e a vertente de estudo e meditação é forte. Os lamas, "mestres" são mais próximos dos aprendizes, há mais troca, muito respeito e menos barreiras. Busca-se a paz interior, a pacificação da mente, como chave da felicidade, além da empatia pelo outro.

Tensin abdicou do seu título de líder político em 2011. Ele acredita que a política é frágil e instável e os Dalai Lamas deveriam se limitar a serem somente líderes espirituais, tal como era a tradição até o 5º Dalai Lama.


A tradição dos Dalai Lamas tem futuro incerto e para Tensin está nas mãos do seu povo que deve ser o guardião pleno da cultura do Tibete. Logicamente, com a ocupação chinesa essa tradição milenar está ameaçada. O processo de escolha dos Dalai Lamas é bem curioso: um menino, de uma determinada etnia tibetana, consegue identificar objetos da vida íntima dos Dalai Lamas e por isso é reconhecido como a reencarnação dos líderes supremos.

O Tibete abriga um povo de pura fé, extremante humilde e inocente. Acreditam no karma, na prática do bem, respeito pela natureza e todos os seres igualmente. O Tibete é um território imenso, com diversos vilarejos enclavados nas montanhas. Esse isolamento e os preceitos budistas, contribuíram para essa áurea inocente, porém lutadora, que nem a opressão chinesa e o progresso forçado conseguiu espantar.

Dalai Lama sonha com o dia no qual o povo tibetano conseguirá a liberdade frente aos chineses e em um dia, regressar para sua casa: Potala em Lhasa.

Palácio de Potala, casa do Dalai Lama em Lhasa.

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